domingo, 4 de setembro de 2016

“Impeachment é um golpe na democracia!” - difícil uma frase mais contraditória e sem lógica

“Impeachment é um golpe na democracia!” - difícil uma frase mais contraditória e sem lógica: Pela lógica desse raciocínio, as ações feitas por membros eleitos do poder executivo (Dilma) representam ações democraticamente aprovadas. Já as ações feitas por membros eleitos dos poderes legislativos (deputados e senadores), por alguma estranha razão, não representam em absoluto ações democraticamente aprovadas. Sendo assim, quando Richard Nixon foi ameaçado com um impeachment e renunciou à presidência americana, em 1974, isso certamente constituiu um golpe de estado não-militar. Somos forçados a concluir que, embora Nixon tenha sido eleito democraticamente -- e obtendo uma maioria avassaladora dos votos, convém lembrar --, o Congresso eleito que o atormentou até ele renunciar estava, de alguma maneira, agindo contra os ideais democráticos. Ou, para ficarmos com o Brasil, quando o então presidente Fernando Collor vivenciou processo idêntico ao de Nixon, em 1992, os deputados e senadores brasileiros -- todos também democraticamente eleitos -- que votaram a favor do seu impedimento também praticaram um golpe de estado não-militar, fazendo um processo não-democrático de mudança de regime, tendo sido esse um ataque devastador à democracia do Brasil.

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