sábado, 31 de dezembro de 2016

Debate: Paulo Kogos vs Fabio Ostermann (brutalismo vs gradualismo)

"Os Horrores do Salário Mínimo" - Paulo Kogos

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

domingo, 25 de dezembro de 2016

Trabalho, emprego, poupança e capital

Trabalho, emprego, poupança e capital: O investimento em capital só existirá se houver poupança disponível para financiá-lo. E a poupança só existe se houver diminuição do consumo, o que implica um auto-sacrifício. Mas o que é a poupança? Ao contrário do que muita gente pensa, poupar não significa aumentar o volume de dinheiro na caderneta de poupança. Se fosse só isso, o governo e o banco central poderiam fazê-lo sem qualquer empecilho. Poupar significa principalmente abster-se do consumo. Como Mises nunca se cansou de explicar, bens de capital não podem ser criados por meio de uma expansão monetária. Inundar uma economia de dinheiro não vai fazer com que os bens de capital necessários para os processos de produção surjam do nada. Apenas imagine um náufrago sozinho numa ilha. O que é mais importante pra ele: uma valise cheia de dinheiro, ou um arpão e uma rede de pescas (seu capital)? O mesmo raciocínio se aplica à economia real. O que importa não é a quantidade de dinheiro em circulação, mas sim a quantidade de capital acumulado pela economia. E esse capital só pode crescer se houver poupança - isto é, abstenção do consumo.Já os keynesianos, por exemplo, dizem que é o investimento que gera a poupança, e não o contrário. Sendo assim, basta o governo diminuir os juros e estimular o gasto, que os investimentos surgirão. De onde virá o capital para tal? Ah, isso fica pra depois. A essência do keynesianismo consiste em sua total incapacidade de compreender o papel da poupança e da acumulação de capital na melhoria das condições econômicas, vaticinou Mises.

Algumas ideias sobre a liberalização das drogas

Algumas ideias sobre a liberalização das drogas: Reinaldo Azevedo fez um texto absolutamente provocante, instigante e politicamente incorretíssimo sobre o problema com a legalização das drogas. Recomendo fortemente que você o leia na íntegra aqui. De acordo com o blogueiro, são ingênuos aqueles que creem que a legalização das drogas fará despencar a criminalidade. Se o comércio de drogas passar a ser um negócio legítimo, como a venda de bebidas, os traficantes de hoje não passarão a, como ele próprio diz em tom jocoso, tocar oboé ou dedicar-se à mecânica de automóveis, ao origami ou ao crochê. Sua conclusão, politicamente incorreta porém verdadeira, é que, tudo o mais constante - isto é, uma polícia corrupta, um judiciário leniente, a impunidade avassaladora, e as cadeias superlotadas -, a atual proibição das drogas afeta quase que em sua totalidade apenas os mais pobres, ao passo que sua legalização afetaria principalmente a classe média e os ricos. O que podemos concluir disso?

Sobre a taxa de desemprego

Sobre a taxa de desemprego: Acaba de ser publicada pelo IBGE a taxa de desemprego de setembro: 7,7%. Além de ser a menor taxa do ano, é igual à taxa de setembro de 2008. Certamente o governo e seus partidários na mídia vão comemorar os números. E nós, deveríamos? Escondidos nas entrelinhas estão dois dados deveras preocupantes. O primeiro está sendo divulgado na mídia; já o segundo, não. Não houve aumento de ocupados, houve apenas uma queda no número de desocupados. O que isso significa? Dada a metodologia do IBGE, se o sujeito está desempregado e já desistiu de procurar emprego, então ele está fora do mercado de trabalho e não entra nas estatísticas. Isso significa que a taxa de desemprego pode cair simplesmente com o fato de mais pessoas desistirem de procurar emprego. Parece que é isso que está acontecendo.

Sobre a taxa de desemprego

Sobre a taxa de desemprego: Acaba de ser publicada pelo IBGE a taxa de desemprego de setembro: 7,7%. Além de ser a menor taxa do ano, é igual à taxa de setembro de 2008. Certamente o governo e seus partidários na mídia vão comemorar os números. E nós, deveríamos? Escondidos nas entrelinhas estão dois dados deveras preocupantes. O primeiro está sendo divulgado na mídia; já o segundo, não. Não houve aumento de ocupados, houve apenas uma queda no número de desocupados. O que isso significa? Dada a metodologia do IBGE, se o sujeito está desempregado e já desistiu de procurar emprego, então ele está fora do mercado de trabalho e não entra nas estatísticas. Isso significa que a taxa de desemprego pode cair simplesmente com o fato de mais pessoas desistirem de procurar emprego. Parece que é isso que está acontecendo.

Algumas considerações sobre capitalismo, livre mercado e bolsa de valores

Algumas considerações sobre capitalismo, livre mercado e bolsa de valores: Imagine um fabricante de rádio. Para construir seu produto, ele pode utilizar uma miríade de materiais, desde um simples plástico até a nobre platina. Como a platina é um metal nobre e relativamente escasso, seu preço é alto. Esse preço alto está enviando um sinal inequívoco ao fabricante de rádio: se ele quer usar platina, então é bom que seja para um motivo muito urgente, pois ele estará retirando recursos de outras indústrias para as quais a platina é um dos poucos materiais que tornam seu processo de produção lucrativo. Esse alto preço da platina, que o fabricante de rádio certamente não pode pagar, é reflexo do fato de que a platina é necessitada com mais urgência em outros setores da economia, e a lucratividade que ela gera para esses setores permite que seus usuários elevem o preço da platina até o ponto em que passa a não ser vantajoso para o fabricante de rádio competir por esse recurso escasso. É claro que o fabricante de rádio não necessariamente sabe por que o preço da platina é tão alto, ou quais são seus outros possíveis usos. Tudo o que ele sabe é que a platina é cara - e ele deve reajustar seu processo de produção de acordo com essa realidade. Ele terá, então, de utilizar um material como o plástico, cuja maior abundância ou menor urgência em outros setores torna seu uso mais viável e racional. Milhões de decisões como essa são feitas diariamente, desde a fabricação de aviões até a produção de pães. As decisões são racionalizadas exatamente por causa do sistema de preços, e sem que os produtores envolvidos nesses processos tenham de saber por que exatamente as condições econômicas do momento fazem os preços serem como são.

A taxa SELIC - o que é, como funciona e outras considerações (Parte 2)

A taxa SELIC - o que é, como funciona e outras considerações (Parte 2): Por que os juros são altos no Brasil? Até agora estivemos trabalhando com as taxas de juros do mercado interbancário, a SELIC, que atualmente está em 8,65% (a meta é de 8,75%) ao ano. Porém, isso quase nada significa quando se sabe que as taxas de juros para pessoa física estão em 130,58% ao ano e para pessoa jurídica, 61,22% ao ano (dados de julho). Também se observa constantemente que, quando a SELIC cai, as outras taxas de juros caem numa proporção muito menor. Ou seja, a SELIC praticamente pouco influencia as outras taxas de juros da economia, que são as que realmente importam. Por que isso ocorre? Existem várias explicações, porém três são as mais plausíveis.

A taxa SELIC - o que é, como funciona e outras considerações (Parte 1)

A taxa SELIC - o que é, como funciona e outras considerações (Parte 1): Como o Banco Central atua para alterar a SELIC? Por que ele faz isso? Quais as consequências? Qual a relação da SELIC com os juros pagos pelos títulos do Tesouro? Qual a relação que você como correntista de um banco tem com tudo isso? Vários leitores já nos escreveram pedindo explicações mais detalhadas sobre o que é a taxa SELIC, como ela é determinada, o que ela influencia e por que é importante.Seu mecanismo de funcionamento é simples, porém a explicação é um tanto longa. Não obstante, vale a pena fazer um esforço e tentar acompanhar o artigo até o final, para que finalmente não restem dúvidas sobre essa que é considerada a mais importante variável da economia, pois é ela quem baliza o mais importante preço do sistema econômico: o preço do dinheiro.

sábado, 24 de dezembro de 2016

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Final)

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Final): A inflação real ocorrida entre 1995 e 2008 foi 900%. Já a inflação divulgada pelos órgãos oficiais foi de meros 152%. Em termos práticos, isso significa que um determinado prato de comida que custava R$7 em um self-service em 1995, passou a custar, em 2008, R$17,50. (Tente se lembrar dos preços por quilo em 1995 e compare com os atuais). Entretanto, se a oferta monetária tivesse permanecido fixa, esse mesmo prato teria custado, em 2008, apenas R$1,75. Outro exemplo: um carro que em 2008 custou R$60.000, custava em 1995 menos de R$24.000. Novamente, sem os efeitos da expansão monetária sobre os preços, esse mesmo carro teria custado em 2008 pouco mais de R$6.000. O preço de um imóvel que custou R$150.000 em 1995 subiu para R$375.000 em 2008. Com uma oferta monetária fixa, esse mesmo imóvel teria custado em 2008 algo em torno de R$37.500.

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Final)

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Final): A inflação real ocorrida entre 1995 e 2008 foi 900%. Já a inflação divulgada pelos órgãos oficiais foi de meros 152%. Em termos práticos, isso significa que um determinado prato de comida que custava R$7 em um self-service em 1995, passou a custar, em 2008, R$17,50. (Tente se lembrar dos preços por quilo em 1995 e compare com os atuais). Entretanto, se a oferta monetária tivesse permanecido fixa, esse mesmo prato teria custado, em 2008, apenas R$1,75. Outro exemplo: um carro que em 2008 custou R$60.000, custava em 1995 menos de R$24.000. Novamente, sem os efeitos da expansão monetária sobre os preços, esse mesmo carro teria custado em 2008 pouco mais de R$6.000. O preço de um imóvel que custou R$150.000 em 1995 subiu para R$375.000 em 2008. Com uma oferta monetária fixa, esse mesmo imóvel teria custado em 2008 algo em torno de R$37.500.

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Parte 1)

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Parte 1): Os políticos, visando seus próprios interesses, destruíram o sistema monetário nacional - tudo sob os olhos complacentes do BACEN -, aumentando estrondosamente o volume de dinheiro na economia. E quem perdeu? Ora, os brasileiros mais humildes, que não tinham como se proteger do dragão da inflação. Os mais ricos, que tinham acesso ao mercado financeiro e ao sistema bancário, sabiam se proteger; os mais pobres, só podiam morrer de fome. Exatamente como Mises explicou. Que essas pessoas não estejam na cadeia por toda a miséria que provocaram - muitos, aliás, circulam fagueiros por aí, dando palestras, ocupando cátedras universitárias, cargos no Senado e concorrendo em eleições - é uma boa prova da moral torta nacional. A origem da inegavelmente acentuada desigualdade brasileira - que se aprofundou justamente no período 1980-1994 - não está nas salas de aula. Está nos governos estaduais, no Congresso, no Palácio do Planalto e principalmente no Banco Central. Ou seja, está no estado. Justamente a entidade apontada pelos intelectuais como a mais adequada para curar exatamente todos os problemas que ela mesma gerou.

A tungada do aço e o mercantilismo de sempre

A tungada do aço e o mercantilismo de sempre: Até meados de 2008, dizia-se que o crescimento da China era a força motriz do setor siderúrgico nacional, uma vez que a China demandava intensivamente aço e outros produtos siderúrgicos para sua infraestrutura. Agora, pretende-se dizer que, em um espaço de menos de seis meses, as coisas mudaram a tal ponto que, um país que até então era freguês, virou um ofertante predador da indústria nacional. Quanta eficiência!A verdade é que a produção mundial de aço sofreu uma queda em todo o mundo. Só nos quatro primeiros meses de 2009, a produção foi 23% menor que no mesmo período de 2008. Na China, só em abril, houve uma queda de 4%. Em termos nominais, a produção de aço no Brasil caiu 1,7 milhão de toneladas métricas em abril, enquanto que na China, também em abril, a produção despencou mais de 43 milhões de toneladas métricas. Portanto, dizer que está havendo 'concorrência predatória' quando na verdade o seu concorrente direto está diminuindo sua produção, é, no mínimo, um tripúdio à nossa inteligência.

Tributação X Regulamentação - O que é pior?

Tributação X Regulamentação - O que é pior?: O que é pior para a economia: impostos ou regulações? Qual a diferença entre o setor aéreo brasileiro e o europeu? Por que a FIESP combateu ferrenhamente a CPMF e, ao mesmo tempo, calou-se perante outros impostos ainda piores? Qual a real função da ANAC, da ANATEL, da ANEEL, da ANTT, da ANP, da ANVISA, do Minstério da Agricultura, da CVM, do CADE, do Ministério do Meio Ambiente, do Ministério do Trabalho e do Minstério das Cidades? Quem ganha com o programa Minha Casa, Minha Vida? Por que as privatizações no Brasil foram mentirosas? Por que você é o rei em um restaurante simples mas não tem vez nos serviços de telefonia fixa? Como realmente desregulamentar e privatizar? Uma tentativa de explicação para essas e outras questões está nesse artigo.

Ascensão e queda da economia brasileira

Ascensão e queda da economia brasileira

Há exatos 25 anos presenciei o fim do regime soviético

Há exatos 25 anos presenciei o fim do regime soviético: Vinte e cinco anos atrás, no dia 22 de agosto de 1991, eu estava no meio de uma eufórica multidão de dezenas de milhares de pessoas aglomeradas em frente ao parlamento russo em Moscou, a capital da União Soviética. Elas celebravam o fracasso de uma tentativa de golpe de estado político e militar perpetrada por líderes soviéticos pertencentes à linha dura do Partido, os quais ainda queriam manter a ditadura comunista na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Quando os tanques foram enviados para capturar Boris Yeltsin, eles foram persuadidos pelo povo a apontar suas armas para o outro lado e a defender Yeltsin e o Parlamento russo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Stealing from the Poor to Give to the Rich: An Anti-Robin Hood Story

Can Bitcoin Help Alleviate Poverty? - Learn Liberty

The Truth Behind the Affordable Care Act - Learn Liberty

Is Price Gouging Immoral? Should It Be Illegal?

Does Capitalism Exploit Workers? - Learn Liberty

Vazou o Audio. Lula queria matar sergio Moro

Zelador do Triplex Lula diz que corre Risco de Vida depois de chamar Lul...

Lula Detona Vida do Zelador do Triplex do Guarujá!!! Morte a Elite Branc...

Lula condenado nos primeiros meses de 2017

LULA NA MIRA DO FBI

Suborno de petistas em relatório dos EUA: não tem preço

Lula defende antecipar eleições e diz que é preciso "mudar tom da música...

Lula pode ser preso pelo FBI

O MI-MI-MI DE TICO SANTA CRUZ PARA NANDO MOURA

"DIREITO" TRABALHISTA E A LOUCURA DE ARAGÃO

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Parte 1)

A tragédia da inflação brasileira - e se tivéssemos ouvido Mises? (Parte 1): Os políticos, visando seus próprios interesses, destruíram o sistema monetário nacional - tudo sob os olhos complacentes do BACEN -, aumentando estrondosamente o volume de dinheiro na economia. E quem perdeu? Ora, os brasileiros mais humildes, que não tinham como se proteger do dragão da inflação. Os mais ricos, que tinham acesso ao mercado financeiro e ao sistema bancário, sabiam se proteger; os mais pobres, só podiam morrer de fome. Exatamente como Mises explicou. Que essas pessoas não estejam na cadeia por toda a miséria que provocaram - muitos, aliás, circulam fagueiros por aí, dando palestras, ocupando cátedras universitárias, cargos no Senado e concorrendo em eleições - é uma boa prova da moral torta nacional. A origem da inegavelmente acentuada desigualdade brasileira - que se aprofundou justamente no período 1980-1994 - não está nas salas de aula. Está nos governos estaduais, no Congresso, no Palácio do Planalto e principalmente no Banco Central. Ou seja, está no estado. Justamente a entidade apontada pelos intelectuais como a mais adequada para curar exatamente todos os problemas que ela mesma gerou.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Commutations Are Not Enough to Fix Our Broken Criminal Justice System | Brittany Hunter

Commutations Are Not Enough to Fix Our Broken Criminal Justice System | Brittany Hunter

TEMER PRESENTEIA EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÃO COM BILHÕES

MARCELO ODEBRECHT CONFIRMA PROPINA A LULA

Lula já abusou demais da liberdade

SURTO EM BRASÍLIA E LULA QUASE NA CADEIA

Maia GOLPEA o Brasil: VIVA O CALOTE!

ODEBRECHT, BRASKEM E MAIOR RESSARCIMENTO DO MUNDO

TEMER FICA E ODEBRECHT ENTREGA DILMA E LULA

Free Market Economics: Charity vs. Taxation – What is the Difference? Ex...

Free Market Economics: Uber, Airbnb, & Feastly vs Government Regulation ...

Public Choice: Why Politicians Don't Cut Spending

Why Thieves Hate Free Markets - Learn Liberty

Free Will and Human Dignity: A Love Story - Learn Liberty

Doctors On Demand: Would You Use an Uber for Doctors? - Learn Liberty

Uma observação sobre o uso da matemática na economia

Uma observação sobre o uso da matemática na economia: Por que a matemática é tão útil na física? Exatamente porque os próprios axiomas utilizados, bem como as leis deles deduzidas, são desconhecidos e, com efeito, sem significado. Seu significado é exclusivamente operacional, uma vez que eles são significantes somente na medida em que podem explicar determinados fatos. Por exemplo, a equação da lei da gravidade, por si só, não tem sentido nenhum; ela só adquire sentido quando nós humanos observamos determinados fatos que a lei pode explicar. Consequentemente, a matemática, que efetua operações dedutivas sobre símbolos por si só inexpressivos (sem significado), é perfeitamente apropriada para os métodos da física. A ciência econômica, por outro lado, parte de um axioma que é conhecido e possui significado para todos nós: a ação humana. Dado que a ação humana, em si própria, possui significado (o que não quer dizer que ela sempre será avaliada como racional e correta), todas as leis deduzidas passo a passo da ação humana são significativas. Esta é a resposta para aqueles críticos que exigiram que o professor Mises utilizasse métodos da lógica matemática em vez da lógica verbal. Ora, se a lógica matemática tem de lidar com símbolos inexpressivos, então seu uso iria destituir a economia de todo o seu significado. Por outro lado, a lógica verbal permite que toda e qualquer lei tenha sentido quando deduzida.

Uma observação sobre o uso da matemática na economia

Uma observação sobre o uso da matemática na economia: Por que a matemática é tão útil na física? Exatamente porque os próprios axiomas utilizados, bem como as leis deles deduzidas, são desconhecidos e, com efeito, sem significado. Seu significado é exclusivamente operacional, uma vez que eles são significantes somente na medida em que podem explicar determinados fatos. Por exemplo, a equação da lei da gravidade, por si só, não tem sentido nenhum; ela só adquire sentido quando nós humanos observamos determinados fatos que a lei pode explicar. Consequentemente, a matemática, que efetua operações dedutivas sobre símbolos por si só inexpressivos (sem significado), é perfeitamente apropriada para os métodos da física. A ciência econômica, por outro lado, parte de um axioma que é conhecido e possui significado para todos nós: a ação humana. Dado que a ação humana, em si própria, possui significado (o que não quer dizer que ela sempre será avaliada como racional e correta), todas as leis deduzidas passo a passo da ação humana são significativas. Esta é a resposta para aqueles críticos que exigiram que o professor Mises utilizasse métodos da lógica matemática em vez da lógica verbal. Ora, se a lógica matemática tem de lidar com símbolos inexpressivos, então seu uso iria destituir a economia de todo o seu significado. Por outro lado, a lógica verbal permite que toda e qualquer lei tenha sentido quando deduzida.

sábado, 17 de dezembro de 2016

The Timeless Wisdom of Adam Smith | Richard M. Ebeling

The Timeless Wisdom of Adam Smith | Richard M. Ebeling

Communist Economics in One Page: A Refresher Course | Marian L. Tupy

Communist Economics in One Page: A Refresher Course | Marian L. Tupy

Witness to the End of Soviet Power: Twenty-Five Years Ago | Richard M. Ebeling

Witness to the End of Soviet Power: Twenty-Five Years Ago | Richard M. Ebeling

How the Soviets Stole Christmas | Michael de Sapio

How the Soviets Stole Christmas | Michael de Sapio

"O Funeral do Brasil - O trabalhismo de Vargas, tragédia do Brasil" - Cr...

Mises Brasil

Mises Brasil: A história da Escola Austríaca começa no século XV, quando os seguidores de São Tomás de Aquino, que escreviam e lecionavam na Universidade de Salamanca, na Espanha, procuraram entender e explicar toda a completa extensão da ação humana e da organização social.

Mises Brasil

Mises Brasil: Murray N. Rothbard, um intelectual de variedade extraordinária, fez grandes contribuições no campo da economia, da história, da filosofia política, e do direito. Ele desenvolveu e estendeu a economia austríaca de Ludwig von Mises, em cujos seminários ele foi um participante assíduo por muitos anos.

Mises Brasil

Mises Brasil: Um dos mais notáveis economistas e filósofos do século XX, Ludwig von Mises, no curso de uma longa e altamente produtiva vida, desenvolveu uma ciência dedutiva e integrada para se entender a economia, baseada no axioma fundamental de que seres humanos individuais agem propositadamente para atingir as metas desejadas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Aeroportos governo = caos

Aeroportos governo = caos: Até meados da década de 1990, o setor aéreo brasileiro era rigidamente controlado pelo governo.  A regulamentação determinava inclusive os preços das tarifas -- ou seja, era o governo, e não o mercado, quem fixava os preços das passagens.  Com preços arbitrariamente fixados (lá nas alturas), a concorrência entre as empresas aéreas se dava apenas nos detalhes, como qualidade do serviço de bordo e da comida, atenção dispensada pelos tripulantes, sorteios de quinquilharias a bordo ou entregas de brindes, frequência dos voos, e até mesmo a beleza das aeromoças. Sob esse arranjo, os preços (muito) maiores permitiam que as empresas aéreas disponibilizassem uma maior frequência de voos em determinadas rotas, assim como um melhor serviço de bordo.  Entretanto, o índice de ocupação das aeronaves era baixo.  A partir do final da década de 1990, começou a haver uma maior flexibilização nos preços, porém estes ainda eram controlados.  Houve apenas um alargamento nas chamadas bandas tarifárias.  Foi só em 2005 que as tarifas para os vôos domésticos foram completamente liberadas; e só em 2008 aconteceu o mesmo para os voos dentro da América do Sul. Como resultado, o setor aéreo doméstico vivenciou uma explosão de demanda sem precedentes.  Mesmo havendo poucas empresas nacionais de grande porte concorrendo entre si, essa desregulamentação já foi suficiente para desencadear uma notável disputa por passageiros.  Como agora as companhias aéreas concorrem com base no preço, as tarifas estão muito mais baixas do que estavam há dez anos -- e isso em termos nominais; se considerarmos toda a inflação monetária havida nesse período, as tarifas em termos reais certamente estão no menor nível de toda a história do país. Essa queda nos preços permitiu que muito mais pessoas pudessem fazer viagens aéreas, garantindo às companhias altos índices de ocupação.  E os resultados para a população, pelo menos em termos de capacidade e facilidade de locomoção, foram predominantemente positivos.  Após essa desregulamentação, as companhias aéreas reconfiguraram suas rotas e renovaram seus equipamentos, o que tornou possível vários aprimoramentos na capacidade de utilização das aeronaves.  Foram essas eficiências que genuinamente democratizaram as viagens aéreas, tornando-as mais acessíveis para a população de baixa renda.O problema é que se esqueceram da infraestrutura.

Notícias deflacionárias (e interessantíssimas) sobre o Japão

Notícias deflacionárias (e interessantíssimas) sobre o Japão: A seguir, transcrevo trechos de uma reportagem da Bloomberg sobre o atual cenário de deflação de preços no Japão. A reportagem possui um tom involuntariamente cômico: ao mesmo tempo em que a repórter insiste em assegurar ao leitor que deflação de preços é algo ruim, os próprios fatos citados na reportagem contradizem essa sua insistência. Peço ao leitor que tenha a bondade de ler tudo, é bastante interessante.Japão Aprende a Viver com a Deflação Os japoneses não se sentem mais tão ameaçados como antes. Eles também descobriram os benefícios da deflação. Os salários mensais caíram para uma média de 315.294 ienes (US$ 3.800) em 2009, o nível mais baixo desde 1990. Eu sei que não terei aumentos salariais, diz Momoko Noguchi. A jovem de 24 anos, residente em Tókio, sobrevive com dois empregos de meio expediente e compra de tudo, desde esmaltes até pratos de jantar, na loja local de 100 ienes (o equivalente japonês das lojas de 1 dólar), e paga 400 ienes ou menos por um almoço. Espero que os preços continuem caindo. Quatro de cada cinco japoneses dizem que preços mais altos seriam desvantajosos para a economia, de acordo com uma pesquisa do Banco Central. Os varejistas estão se esforçando enormemente para oferecer produtos baratos e ao mesmo tempo valiosos. Estamos vendo alguns bons efeitos decorrentes disso. Para ajudar a reverter um declínio de sete anos em suas franquias, a McDonald's Holdings do Japão, uma unidade do McDonald's, introduziu o menu dos 100 ienes em 2005. O hambúrguer que hoje é vendido por 100 ienes era vendido por 210 ienes em 1990. Desde a estréia deste novo e mais barato menu, as vendas passaram a subir ano após ano. As ações do McDonald's do Japão aumentaram 17% nos últimos três anos. A redução de preços feita pelas empresas ajudou os consumidores japoneses a se ajustarem à deflação. Atualmente, uma família média possui 1,4 carros e 2,4 televisões, valores 25% maiores do que em 1990, no ápice da bolha. A deflação ajudou os compradores de imóveis também, ao derrubar os preços desde seu ápice em 1990: os preços dos terrenos residenciais no Japão caíram uma média de 2,9% ao ano ao longo das últimas duas décadas. Jogadores de golfe pagam 26.800 ienes (US$ 324) para jogar um fim de semana, com direito a carregadores de taco e tudo. Vinte anos atrás, a taxa era de 40.000 ienes. Mais ainda: a proporção de pessoas contentes com seu padrão de vida foi de 63,9% ano passado. Em 1989, essa proporção era de 63,1%, segundo um relatório do governo. É surpreendente o que você pode comprar com 100 ienes atualmente. Não tínhamos lojas de 100 ienes antes, diz Sachiko Enokida, 80 anos, que vive de uma pensão bimestral dada pelo governo. Eu iria odiar se as coisas voltassem a ficar caras novamente.

Como Mises explicaria a realidade do SUS?

Como Mises explicaria a realidade do SUS?: Ao se analisar o funcionamento do SUS à luz da teoria misesiana, conclui-se que o real desafio está em perceber como uma medicina socializada afeta a oferta de serviços de saúde privados. No caso do Brasil, o desafio é perceber como o SUS afeta o funcionamento dos serviços fornecidos pelos planos de saúde privados, e como as regulamentações impostas pelo governo sobre as seguradoras de saúde ajudam a piorar todo a serviço de saúde do país.No que concerne ao funcionamento específico do SUS, ele em nada difere de qualquer outro serviço socializado. Serviços de saúde socializados são defendidos e ofertados de acordo com o princípio de que a saúde é um direito básico e indelével do cidadão, principalmente dos mais pobres. Logo, o acesso aos serviços de saúde deve ser gratuito ou quase gratuito, pois só assim os pobres podem ter saúde em abundância.O problema é que até aí estamos apenas no terreno dos desejos, e não da realidade econômica. É indiscutivelmente bonito posar de defensor dos pobres e oprimidos, exigindo saúde gratuita para eles. Porém, infelizmente, a realidade econômica sempre insiste em se intrometer. E a realidade econômica é que, sempre que algo passa a ser ofertado gratuitamente, a quantidade demandada desse algo passa a ser infinita. No caso específico da saúde, sempre que serviços de saúde passam a ser gratuitos, a quantidade desses serviços que as pessoas passam a querer consumir torna-se praticamente infinita. E não poderia ser diferente. De novo, trata-se de uma lei econômica, e não de sentimentalismos.A medicina socializada é um caso clássico de intervenção que necessita de intervenções cada vez maiores para ser mantida, até o momento em que tudo se esfacela em decorrência da total imobilidade do setor regulado. Mises foi pioneiro em explicar a mecânica de tal fenômeno, e é em sua explicação que vou me basear.

Sobre o PIB brasileiro, o baixo desemprego e outras questões econômicas

Sobre o PIB brasileiro, o baixo desemprego e outras questões econômicas: Com um certo atraso, vale a pena fazermos algumas considerações sobre o PIB brasileiro de 2010, o qual cresceu 7,5%. A imprensa, como era de se esperar, noticiou que o PIB é o total de riquezas produzidas pelo país -- ou alguma variância dessa frase. Caso o PIB realmente mensurasse o total de riquezas produzidas no país, então qualquer aumento percentual deveria ser fortemente comemorado. Mas o fato é que o PIB, ao menos da maneira como é calculado, não mensura o total de riquezas produzidas pelo país. Logo, quando se diz que o PIB aumentou 7,5% de um ano para o outro, não se pode dizer que a riqueza do país aumentou 7,5% nesse período. A equação do PIB mede apenas o valor monetário de todos os bens e serviços finais que foram comprados e vendidos dentro das fronteiras do Brasil em um dado ano. Ou seja, o PIB é apenas um cálculo de todas as transações monetárias envolvendo bens e serviços finais. Ele é utilizado para mensurar o gasto agregado da economia. O PIB não mensura um aumento na produção de bens e serviços, tampouco um aumento genuíno da riqueza, mas sim o valor monetário (ou seja, preços) de tais bens e serviços. Quanto mais se gasta em bens e serviços -- isto é, quanto maior o volume de gastos --, maior será o PIB. E o que significa isso? Significa que o PIB é uma equação que depende primordialmente da inflação monetária -- isto é, do aumento da quantidade de dinheiro na economia. O valor do PIB aumenta de acordo com essa inflação. O que nos leva a uma importante conclusão: se, de um ano para o outro, o volume de dinheiro na economia aumentar, e isso levar a um aumento no volume de gastos, mas, por algum motivo, os preços aumentarem pouco (o que significa que o deflator será baixo), então haverá um significativo aumento no PIB. Ou seja, por algum tempo, é perfeitamente possível fazer a economia crescer utilizando simplesmente o artifício da injeção monetária. Caso o aumento dos preços seja pequeno, o deflator será baixo, e consequentemente o crescimento será expressivo.

O que fazer em caso de quebras bancárias generalizadas?

O que fazer em caso de quebras bancárias generalizadas?: Um leitor envia a seguinte pergunta a respeito do colapso bancário da Islândia: Tenho uma dúvida que gostaria que dirimisse com um artigo no sítio. É sobre a falência da Islândia na crise de 2008. Li que os 3 bancos do país que operavam mui alavancados foram à falência. E como quase 100% da população tinha conta nos 3 bancos em simultâneo, o país quebrou. Quando os bancos se tornaram insolventes, o dinheiro de cada islandês derreteu. Então os bancos foram nacionalizados. Eu gostaria de uma explicação acerca de como agir nesta situação sem apelar para intervenção. Sei que não permitir o ajuste consequente a um crack é apenas adiá-lo. Mas não consigo visualizar como proceder sem imprimir dinheiro e nacionalizar os bancos, pois de uma hora para outra o dinheiro islandês deixou de existir. Os bancos não podiam restituir os depósitos, e isto foi generalizado a todo um país. Já entendo que estas intervenções vão gerar mais do mesmo, mas não estou conseguindo aplicar o individualismo metodológico a esta questão em particular. Espero que isto renda um bom artigo para o sítio. Atenciosamente, Pedro Ivo. O interessante do caso da Islândia é que se trata de um exemplo prático completo da teoria dos ciclos econômicos: um sistema bancário de reservas fracionárias, operando sob a proteção de um banco central, expande acentuadamente a oferta monetária; isso gera uma grande expansão da economia; vários investimentos errôneos são empreendidos; a inflação de preços começa a incomodar; os juros sobem; investidores começam a sacar dinheiro; há uma contração da oferta monetária; a contração da oferta monetária gera não apenas uma recessão como também faz com que todos os bancos do país vão à falência; consequentemente, grande parte do dinheiro literalmente some da economia; o país entra em uma severa depressão. No caso da Islândia, o contágio foi geral. Os três principais bancos do país quebraram. (É como se o Bradesco, o Itaú e o Banco do Brasil quebrassem). Um ciclo econômico levado ao seu extremo, com todos os seus elementos característicos: um aparentemente forte crescimento econômico seguido de quebras bancárias pirotécnicas, deflação monetária e depressão severa. O que fazer nesse caso extremo?

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Fazenda ou Banco Central - quem é o responsável pela atual disparada de preços no Brasil?

Fazenda ou Banco Central - quem é o responsável pela atual disparada de preços no Brasil?: Ao ler a seção de economia dos principais jornais e revistas do país, um ser minimamente dotado de algum conhecimento econômico inevitavelmente se sentirá jogado em um mundo que poderia ter sido criado por Franz Kafka, uma vez que ele, o leitor, irá se ver em uma situação na qual ele está confrontando uma besta que parece ser cega, surda e completamente impermeável a qualquer senso de razão e racionalidade econômica. Comentando a atual disparada de preços no Brasil -- em março, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 6,30% --, a imprensa optou por uma abordagem maniqueísta que não faz o menor sentido econômico: de um lado temos o Ministério da Fazenda e o sempre aparvalhado Guido Mantega, fazendo contínuas lambanças com o orçamento, gastando os tubos para manter a demanda agregada aquecida e concedendo fartos subsídios do BNDES às suas empresas favoritas. Este seria o lado mau da batalha. Do outro lado, representando o lado da dignidade e do bom senso, temos o Banco Central, sob a destemida liderança de um competente e racional Alexandre Tombini, o qual, sempre auxiliado pelos leais cavaleiros do COPOM, trava uma luta quixotesca contra o temível Mantega e seus moinhos de vento que espalham inflação pela economia brasileira. Traduzindo: o culpado pela recente disparada de preços no Brasil, segundo a imprensa, seria a gastança descontrolada do Ministério da Fazenda. Para tentar refrear esse ímpeto perdulário, o Banco Central, sempre ativo e vigilante, estaria imolando sua popularidade em uma luta inglória contra o intrépido Guido Mantega, elevando os juros para conter a subida de preços causada pelos gastos manteguistas, sacrificando assim a popularidade da instituição e do próprio governo -- e tudo pelo bem do país.

Por que o Banco Central é a raiz de todos os males

Por que o Banco Central é a raiz de todos os males: Quando se entende que toda a gastança governamental pode ser, em última instância, financiada pela simples impressão de dinheiro do Banco Central, compreende-se, finalmente, 1) por que a utilização de dinheiro de papel (que pode ser criado a custo baixíssimo) é o arranjo favorito de todos os governos; 2) por que os gastos nunca param de subir; e 3) por que os governos impõem uma moeda única e de curso forçado sobre seus súditos. Uma recente e sensacional reportagem da revista ÉPOCA mostra que, atualmente, o governo federal possui algum tipo de participação ou influência em pelo menos 675 empresas de todos os setores imagináveis, sendo que o governo controla nada menos que 276. Desde a década de 2000, mais especificamente desde o advento do governo Lula, a participação estatal na economia só vem aumentando. Isso só ocorre por causa da contínua criação de dinheiro do Banco Central. Da mesma forma, toda a intrusão governamental na vida dos cidadãos só é possível de ser financiada porque há essa expansão contínua na quantidade de dinheiro na economia. Ministérios que querem impor tanto o que nossos filhos devem aprender na escola como até a opção sexual deles; agências reguladoras que querem determinar o que podemos e o que não podemos comprar nas farmácias (agora vão proibir remédios para emagrecimento); todas as burocracias, regulamentações e tarifas que tanto os ministérios quanto as agências impõem sobre o mercado a fim de cartelizá-lo em benefício de empresas com boas conexões políticas; subsídios concedidos a grandes empresas via BNDES -- tudo isso só ocorre continuamente por causa da criação de dinheiro do Banco Central. Para enfatizar: nossas liberdades civis e econômicas são continuamente tolhidas e pisoteadas porque há um banco central com liberdade irrestrita para imprimir dinheiro -- não há absolutamente nenhuma lei impondo limites na quantidade de dinheiro que o Banco Central pode criar. Portanto, além dos ciclos econômicos, da inflação de preços e da redistribuição de renda de pobres para ricos, o Banco Central também gera o agigantamento do estado, o consumo de riqueza por parte do governo e, consequentemente, a perda de nossas liberdade civis e econômicas. Sem essa capacidade de imprimir dinheiro e financiar gastos crescentes do governo federal, não haveria como este expandir continuamente seus gastos. Mais ainda: não haveria como o Tesouro emitir dívidas ad eternum para cobrir aquela fatia do orçamento que não cabe apenas dentro dos impostos. Extinga o Banco Central e uma gigantesca parte da monstruosa burocracia estatal vem abaixo.

A inflação de preços veio pra ficar?

A inflação de preços veio pra ficar?: No Brasil, mesmo com a cotação do dólar em queda e com o câmbio em seu nível mais apreciado da história -- o que significa que as importações nunca foram tão baratas em termos reais --, a inflação de preços se mantém acima do (já alto) centro da meta, que é de 4,5%. A última projeção é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) termine 2011 com um acúmulo de 6,31% (o teto da meta é de 6,5%). Para 2012, o próprio Banco Central, que supostamente tem a função de conter a inflação de preços, prevê aumento de 5,20%. Na América Latina, reina a bagunça de sempre, com apenas o Chile, a Colômbia e o Peru mantendo a inflação de preços entre 3 e 4%. Nos EUA, a coisa segue aparentemente pior. Estatísticas coletadas pelo mundialmente renomado economista John Williams -- que se especializou em compilar dados utilizando estatísticas baseadas meramente nas metodologias que eram as oficialmente utilizadas pelos governos anteriores (foi o governo Bill Clinton quem fez a última alteração da metodologia de cálculo da inflação, o que deixou as estatísticas bem mais brandas) -- mostram que a verdadeira inflação de preços está na casa dos 11% ao ano. E o desemprego real chega aos 23%. Na União Europeia, a inflação de preços anual está em 3,1%. Pode parecer pouco, mas quando se considera que a média histórica sempre foi de 2%, quando se considera que se trata de estatísticas governamentais (logo, sempre com indicadores mais brandos) e, principalmente, quando se considera o fato de a região estar em recessão, tal cifra é significativa. Na China, o altamente suspeito índice divulgado pelo governo aponta alta anual de 6,4%, a maior em três anos (o preço dos alimentos subiu 14,4% nesse mesmo período) e a segunda maior em 14 anos. Até mesmo a Nova Zelândia cedeu e já apresenta inflação anual de preços de 5,3%. A pergunta a ser respondida é: por que só agora?

Falando claramente sobre balança comercial, investimento estrangeiro e câmbio

Falando claramente sobre balança comercial, investimento estrangeiro e câmbio: Quando o Brasil vende seus produtos ao exterior, o comprador estrangeiro paga ao exportador brasileiro em dólares, que é a moeda internacional de troca. Quando um fazendeiro do Mato Grosso vende soja para uma empresa lá em Xangai, o chinês paga o mato-grossense em dólares. Ele deposita dólares na conta do mato-grossense. Mas como, por decreto governamental, a única moeda corrente no Brasil é o real, esse mato-grossense terá então de trocar esses dólares por reais aqui no Brasil. E quem vai comprar os dólares do mato-grossense? Quase sempre, os bancos, por meio de suas corretoras. E o que os bancos farão com esses dólares? Venderão para importadores, que os utilizarão para, obviamente, comprar produtos do estrangeiro. O que interessa, portanto, é que, no final, esses dólares que foram vendidos pelo mato-grossense serão utilizados para importar produtos estrangeiros. Sem esses dólares seria impossível importar. Para os brasileiros que não estão no setor exportador, essa é a única função das exportações: elas permitem que haja importações. É exportando que se importa. Ou, para utilizar um clichê já bem surrado, exportar é o que importa. Quando se entende esse mecanismo básico, de fato torna-se um pouco mais compreensível a obsessão de economistas com as exportações. Afinal, sem elas, não seria possível comprar nada de fora (na verdade, seria sim, como veremos mais abaixo). Entretanto, as coisas começam a ficar mais turvas quando vemos economistas totalmente obcecados com exportações e fanaticamente contrários às importações. Qual seria o sentido de exportar sem importar? Do ponto de vista do cidadão brasileiro, as exportações de soja, laranja e aço do país só lhe são boas porque trazem dólares que lhe permitem importar iPads, notebooks, livros, carros e várias outras coisas. Fora isso, as exportações não lhe são nada vantajosas. Ao contrário até: quanto mais um país exporta, menor será a oferta desses bens exportados no mercado nacional. Quanto maior a exportação de soja, laranja, café e aço, menor será a oferta desses produtos para os brasileiros, o que significa que seus preços no mercado interno serão maiores do que poderiam ser caso não fossem exportados. De modo geral, sempre que a balança comercial apresenta um superávit recorde, isso significa que o cidadão brasileiro foi privado de uma maior oferta de bens, tanto aqueles produzidos nacionalmente e que foram exportados, quanto aqueles produzidos no estrangeiro e que não puderam ser importados por restrições governamentais.

Por que os juros são altos no Brasil

Por que os juros são altos no Brasil: A mídia gosta de divulgar apenas o superávit primário, dando a impressão de austeridade governamental. Quando muito, ela divulga rapidamente o déficit nominal. Entretanto, mesmo o déficit nominal não é suficiente para explicar o valor da SELIC. Afinal, o déficit nominal representa 13% da arrecadação total, 12% dos gastos totais e apenas 3,38% do PIB. Há vários países, principalmente na Europa, com valores muito piores do que esse, mas com uma taxa de juros muito menor. Logo, quem procurar explicações para o alto valor da SELIC apenas nos números fiscais divulgados pela mídia ficará completamente à deriva, sem entender nada do que se passa. Dado que a taxa SELIC representa os juros anuais que o governo paga sobre sua dívida, fica mais fácil entender a relação entre seu alto valor e a real situação fiscal do governo: um dos principais motivos de a SELIC ser alta está na necessidade de refinanciamento da dívida do governo federal, cujo volume é extremamente alto. Como demonstrado pelo exemplo do indivíduo no início deste artigo, o governo, além de pagar encargos e amortizar parte da dívida, tem também de rolar boa parte da dívida que está vencendo. E para rolar essa dívida, o Tesouro tem de emitir novos títulos da dívida, os quais devem ser comprados por investidores. E para atrair investidores dispostos a comprar esse alto volume de títulos, os juros devem ser atraentes. Quanto mais alto o valor da dívida a ser rolada, mais altos têm de ser os juros -- caso contrário, não haveria investidores suficientemente atraídos para isso, o que significa que boa parte da dívida não poderia ser rolada. Logo, ela teria de ser paga, restringindo ainda mais a liberdade orçamentária do governo federal. A outra única opção seria o calote.Enquanto a necessidade de financiamento do governo federal brasileiro continuar alta, simplesmente não haverá espaço para grandes reduções da taxa básica de juros. Se ela for reduzida, o governo dificilmente conseguirá continuar rolando o mesmo montante da dívida que rola anualmente. Isso faria com que essa dívida rolada tivesse de ser efetivamente quitada, o que comprimiria sobremaneira o orçamento do governo. Daí a importância do corte de gastos. Apenas um genuíno corte de gastos pode fazer com que haja menos necessidade tanto de tomar dinheiro emprestado quanto de refinanciar a dívida, o que permitiria sua efetiva quitação.

Em que ponto do ciclo econômico está a economia brasileira?

Em que ponto do ciclo econômico está a economia brasileira?: A economia brasileira está claramente em desequilíbrio. A elevação dos preços vem causando vários desajustes setoriais e dificultando a situação fiscal de várias empresas. E isso ocorre porque um dos principais efeitos da inflação (tanto a monetária quanto a de preços) é solapar a formação de capital das empresas. A inflação faz com que a carga tributária efetiva de uma empresa seja muito maior. Por exemplo, imagine que uma empresa apresente uma taxa de lucro de 10%. Imagine também que os preços de todos os seus ativos que ela precisa constantemente repor subam 8%. Nesse cenário, a empresa ainda conseguiria pagar por todos os seus ativos de reposição e ficar com uma taxa de lucro de 2%. Entretanto, o imposto de renda de pessoa jurídica incide justamente sobre o lucro, a uma taxa que pode chegar a 25%. Caso seja esta a alíquota, ao invés de um lucro de 10%, empresa ficará com um lucro líquido de apenas 7,5%, ao passo que ela precisa de 8% para pagar seus ativos de reposição. Logo, a empresa não conseguirá nem manter seu estoque de capital, muito menos acumular capital. Daí a importância suprema de se evitar a inflação de preços (bem como de se abolir o IRPJ). E a atual redução e/ou estabilização dos meios fiduciários é algo que vai nesse caminho e, por isso, deve ser comemorado. Outra consequência bastante visível da inflação é a insurreição de movimentos grevistas que exigem reposições salariais. Os funcionários dos Correios ameaçam cruzar os braços em troca de aumentos. Vários canteiros de obras pelo país afora estão enfrentando piquetes de movimentos sindicais que exigem altos reajustes para operários. Funcionários públicos de todas as áreas querem aumentos. No final, quem sai perdendo é o trabalhador comum, pois é o dinheiro dele que cobrirá todas essas exigências. E há o protecionismo. Com a inflação em alta e o dólar barato, as importações se tornam atraentes. Consequentemente, o governo sai criando várias restrições para proteger a indústria nacional. A última foi um aumento de singelos 30 pontos percentuais no IPI sobre veículos importados, que agora terão taxas de até 55%. Curiosamente, a legislação não permite discriminar produto importado de nacional para a incidência de IPI. Notas-se a influência política descomunal das montadoras. E depois vão reclamar dos altos preços dos carros nacionais... E há também a bolha imobiliária. Sua duração e os preços tanto dos imóveis quanto dos recursos empregados em sua construção mostram que está havendo um consumo excessivo de bens escassos, bens que poderiam e deveriam estar sendo utilizados mais proficuamente em outros setores da economia, mas que não estão justamente porque o dinheiro criado está indo majoritariamente para o setor imobiliário, dando-lhe vantagens na aquisição destes recursos. Por tudo isso, é realmente imperativo acabar com a inflação monetária.

A filosofia da miséria e o novo nacional-desenvolvimentismo do governo brasileiro

A filosofia da miséria e o novo nacional-desenvolvimentismo do governo brasileiro: O livre comércio por si só não gera desemprego. Muito pelo contrário: ele possibilita a expansão do emprego e o consequente desenvolvimento de outros setores até então pouco ou nada explorados, além de gerar redução de custos e aumento dos salários reais na economia. As pessoas que são demitidas das indústrias menos eficientes (que não conseguem concorrer com os produtos importados) e não conseguem outros empregos devem debitar ao estado e às suas regulamentações esse seu atual suplício. O que elas não podem fazer é utilizar justamente o governo para impedir que outras pessoas voluntariamente adquiram os produtos de seus concorrentes. Por trás do protecionismo está justamente a ideia de que os empregos são limitados e de que não há a possibilidade de exploração de novas áreas da economia. O protecionismo nada mais é do que o medo dos incapazes perante a inteligência e as habilidades alheias. Tal postura, além de moralmente condenável, por ser covarde, é também extremamente perigosa. Como já alertava Bastiat, se, ao invés de nos permitirmos os benefícios da livre concorrência e do livre comércio, começarmos a atuar incisivamente para impedir o progresso de outras nações, não deveríamos nos surpreender caso boa parte daquela inteligência e habilidade que combatemos por meio de tarifas e restrições de importações acabe se voltando contra nós no futuro, produzindo armas para guerras ao invés de mais e melhores bens de consumo que eles querem e podem produzir, e os quais nós queremos voluntariamente consumir.

Belo Monte e o movimento ambientalista

Belo Monte e o movimento ambientalista: O apelo para a não construção de Belo Monte com dinheiro de impostos é totalmente louvável. Por coerência, esperemos que estes artistas venham mais a público denunciar todos os tipos de obras públicas e demais empreitadas governamentais. Aliás, que venham a público protestar contra todos os tipos de gastos do governo. Afinal, se todos concordamos que construir hidrelétrica com dinheiro público é errado, imagine então tomar dinheiro da população para financiar coisas totalmente sem importância, como teatros, cinema e outros projetos culturais? Tenho certeza de que os artistas brevemente estarão protestando contra isso também. O YouTube já deve sair na semana que vem. E considerando que o gasto total do governo federal já está na casa de R$ 1 trilhão, e dado que meros R$ 24 bilhões provocaram toda essa azáfama entre os artistas, então é certo que eles se engajarão com ainda mais vigor para combater todo e qualquer tipo de gasto público, desde obras para a Copa até gastos com educação. O que é mais importante, ter hidrelétrica ou pagar professores de ciências sociais em universidades federais? Mas é claro que nada disso vai acontecer. E por um motivo muito simples: essa crítica ao fato de Belo Monte estar sendo construída com dinheiro público é mera espuma. É apenas um truque para agregar mais gente à causa. A real intenção desse movimento é uma só: avançar ainda mais a agenda ambientalista.

Regulamentações brasileiras garantem a prosperidade dos vigaristas

Regulamentações brasileiras garantem a prosperidade dos vigaristas: A Rede Globo desvendou um esquema fraudulento de postos de gasolina que lesavam o consumidor. O consumidor que, por exemplo, quisesse abastecer seu carro com 20 litros de gasolina, acabava recebendo na verdade um volume menor, mas pagava integralmente pelos 20 litros. A maracutaia era possível porque um malandro inventou um dispositivo eletrônico que era instalado dentro das bombas de gasolina e que podia ser acionado via controle remoto. Esse dispositivo eletrônico -- na verdade um chip -- falsificava o marcador das bombas, fazendo com que, em vez de gasolina, o consumidor pagasse por ar. O esquema era tão profissional que, caso o cliente reclamasse e pedisse para o frentista encher um tanque padrão de 20 litros, para se certificar de que realmente estava recebendo os 20 litros, bastava que o frentista acionasse o controle remoto para que a bomba voltasse à leitura correta do marcador, desta forma liberando realmente os 20 litros. Um carro popular que enchesse o tanque receberia na realidade 6 litros a menos. Em decorrência do sucesso desta sua invenção, o vigarista prosperou no mercado, de modo que vários postos passaram a adotar esse seu dispositivo, o qual tinha um custo unitário de instalação de R$ 5 mil

Observações sobre a economia brasileira

Observações sobre a economia brasileira: Desde 2009, após a forte recessão do quarto trimestre de 2008, o Banco Central reduziu os juros e começou a injetar quantidades substanciais de dinheiro na economia brasileira. A oferta monetária cresceu volumosamente em 2009 e 2010, o que fez com que indivíduos e empresas vivenciassem um aumento de sua renda nominal, aumento este decorrente justamente do fato de haver continuamente mais dinheiro na economia. Ao que tudo indica -- e esta, aliás, parece ser uma característica indelével de todos os períodos de expansão econômica gerada pela criação de dinheiro --, ambos (famílias e empresas) imaginaram que tal aumento de renda continuaria no futuro. Qual foi a consequência disto? Os indivíduos se endividaram para poder consumir, na crença de que o aumento futuro esperado na sua renda facilitaria a quitação destas dívidas. Já as empresas, como bem explica a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, embarcaram em investimentos de longo prazo, levadas tanto pela redução artificial dos juros criada pela expansão monetária do Banco Central (o que fez com que os investimentos se tornassem mais financeiramente viáveis), quanto pela expectativa de que o aumento futuro da renda possibilitaria o consumo dos produtos criados pelos seus investimentos -- no caso de construtoras imobiliárias, tal aumento da renda geraria a valorização de seus ativos, os imóveis.

Observações sobre a economia brasileira

Observações sobre a economia brasileira: Desde 2009, após a forte recessão do quarto trimestre de 2008, o Banco Central reduziu os juros e começou a injetar quantidades substanciais de dinheiro na economia brasileira. A oferta monetária cresceu volumosamente em 2009 e 2010, o que fez com que indivíduos e empresas vivenciassem um aumento de sua renda nominal, aumento este decorrente justamente do fato de haver continuamente mais dinheiro na economia. Ao que tudo indica -- e esta, aliás, parece ser uma característica indelével de todos os períodos de expansão econômica gerada pela criação de dinheiro --, ambos (famílias e empresas) imaginaram que tal aumento de renda continuaria no futuro. Qual foi a consequência disto? Os indivíduos se endividaram para poder consumir, na crença de que o aumento futuro esperado na sua renda facilitaria a quitação destas dívidas. Já as empresas, como bem explica a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, embarcaram em investimentos de longo prazo, levadas tanto pela redução artificial dos juros criada pela expansão monetária do Banco Central (o que fez com que os investimentos se tornassem mais financeiramente viáveis), quanto pela expectativa de que o aumento futuro da renda possibilitaria o consumo dos produtos criados pelos seus investimentos -- no caso de construtoras imobiliárias, tal aumento da renda geraria a valorização de seus ativos, os imóveis.

A urgente necessidade de se desestatizar os Correios

A urgente necessidade de se desestatizar os Correios: Um dos argumentos favoritos dos defensores do monopólio dos Correios para a entrega de cartas e malotes é o de que, se tirarem o monopólio da estatal, aquele morador lá do sertão do Piauí poderá ficar sem receber cartas, porque tal serviço não interessaria às empresas privadas. Ou seja, é com o monopólio que os Correios se mantêm, pois o que fatura nos grandes centros urbanos permite que o deficitário serviço de entrega de cartas no interior do país, que não tem lucratividade, seja mantido. Em primeiro lugar, vale lembrar que os Correios se recusam a fazer entregas em lugares perigosos, o que é um absurdo quando se considera sua posição monopolística. Porém, a questão mais premente é outra: por que um serviço de entrega de correspondências deve ter o mesmo preço, não importando o local da entrega? Em outras palavras, por que uma entrega no sertão do Piauí deveria custar o mesmo que uma entrega no centro de São Paulo? Os críticos da desestatização dos Correios dizem que a quebra do monopólio irá fazer com que as empresas privadas passem a cobrar mais por entregas em locais fora de mão vis-à-vis locais mais próximos do remetente. Ora, mas é claro que tem de ser assim. Não há qualquer justificativa econômica para que serviços com custos tão díspares tenham o mesmo preço.

Uma breve história do Plano Real, aos seus 18 anos

Uma breve história do Plano Real, aos seus 18 anos: Gustavo Franco, um dos principais mentores do Plano Real Vários planos heterodoxos já haviam sido tentados desde meados da década de 1980: Plano Cruzado (I e II) em 1986; Plano Bresser em 1987; Plano Verão em 1988/1989; e Plano Collor (I e II) em 1990 e 1991, respectivamente. Todos envolviam congelamento de preços (alguns deles, cortes de zeros das moedas). O governo congelava os preços, mas continuava imprimindo dinheiro impavidamente, o que significa que os geniais burocratas restringiam a oferta mas estimulavam a demanda. Ao final de cada plano, a inflação de preços ressurgia com vigor redobrado. E ninguém entendia por quê. Em maio de 1993, partindo para o tudo ou nada, Itamar Franco nomeou Fernando Henrique Cardoso -- então Ministro das Relações Exteriores -- para o Ministério da Fazenda. Naquele mês, a inflação de preços acumulada em 12 meses já estava em 1.348%. Por gozar de grande prestígio e por ter reconhecida capacidade intelectual, a indicação de FHC foi recebida com entusiasmo. Vislumbrava-se pela primeira vez alguém com genuína capacidade de apresentar um plano econômico que ao menos reduzisse sensivelmente a inflação. Embora sempre houvesse admitido não entender nada de economia, Fernando Henrique ao menos possuía bons contatos no mundo acadêmico, principalmente junto a um grupo de economistas da PUC do Rio de Janeiro. E foi a eles que FHC delegou a tarefa de debelar em definitivo a inflação. A equipe de economistas encarregada desta espinhosa função era composta por Gustavo Franco, Pedro Malan, André Lara Resende, Persio Arida, Edmar Bacha e Winston Fritsch.

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Uma moeda forte poderia trazer desvantagens para os brasileiros?

Uma moeda forte poderia trazer desvantagens para os brasileiros?: Sim, uma moeda forte seria uma bênção para a população brasileira. Ela representaria um aumento do poder de compra do trabalhador e, consequente, um aumento em seu padrão de vida. Ela teria o mesmo efeito de um aumento salarial permanente. Ela imediatamente daria aos brasileiros acesso barato a uma farta quantia de bens e serviços estrangeiros, aumentando enormemente nosso padrão de vida. Os nacionalistas que hoje batem no peito para elogiar o Brasil e escarnecer a situação europeia certamente nunca saíram do país e não têm a mínima ideia da invejável qualidade de vida do cidadão médio nos países mais atrasados da Europa. Mas uma moeda forte impõe certas disciplinas que, se não forem obedecidas e respeitadas, farão várias vítimas. Por exemplo, dado que uma moeda forte não combina com uma expansão pródiga do crédito, esta ausência de inflação monetária não permitirá a continuidade de atividades econômicas artificiais, as quais só podem ser sustentadas justamente por meio de contínuas expansões monetárias. Pense em um restaurante com música ao vivo tocada por uma banda barulhenta e desafinada. Ninguém realmente quer ouvir aquilo, mas acaba, por educação, pagando o couvert. O restaurante seria a atividade econômica sólida e a banda seria a atividade econômica artificial. Em um ambiente de moeda forte, não manipulada, esta banda não teria emprego. Seus integrantes teriam de procurar outras atividades mais produtivas. Já em um ambiente de moeda fraca e inflacionada, haveria dinheiro para o couvert desta banda. Mas o ônus viria na forma de pratos e bebidas mais caros para os clientes, bem como serviços mais relaxados e de menor qualidade.

Os quatro tipos de austeridade - por que o governo cortar gastos é positivo para a economia

Os quatro tipos de austeridade - por que o governo cortar gastos é positivo para a economia: Quando o governo corta gastos, de fato há quem saia prejudicado. O exemplo mais claro seria o de funcionários públicos que tivessem seus salários reduzidos. Isso é muito raro, mas pode ocorrer. As empresas que possuem como clientes principais um grande número de funcionários públicos seriam atingidas. Pense em um restaurante chique de Brasília que tem como clientela o pessoal das agências reguladoras. Se as agências fossem abolidas (sonhemos um pouquinho), as receitas desse restaurante cairiam. Da mesma forma, se o número de deputados e senadores diminuísse, o Piantella iria à falência. Esse foi um exemplo visualmente fácil de ser entendido. Há outros menos claros. Por exemplo, cortes de gastos do governo irão afetar as várias empresas que só sobrevivem porque possuem contratos de prestação de serviços junto ao governo. Empresas terceirizadas por estatais e empreiteiras que fazem obras para o governo são os exemplos mais claros. Há também as várias atividades econômicas que recebem subsídios e que, sem estes subsídios, teriam de se virar, cortar gastos e demitir pessoas. O que todas estas atividades têm em comum é que elas só sobrevivem e só são lucrativas com a muleta do governo. Isso faz com que elas sejam classificadas como atividades econômicas insustentáveis. São atividades que não dependem da demanda voluntária do consumo privado para sobreviver.

A economia brasileira - um resumo de final de ano

A economia brasileira - um resumo de final de ano: O ano de 2012 certamente já tem seu lugar garantido na história econômica brasileira: foi o ano em que o governo mais exacerbou suas intervenções na economia. Pela lógica desenvolvimentista, todo o intervencionismo em conjunto com a enorme desvalorização cambial e toda aquela cornucópia de medidas protecionistas deveriam ter colocado a indústria em estado de extrema pujança. E o que houve? Tanto a produção industrial quanto o emprego na indústria caíram em relação ao ano passado. Trata-se de mais um exemplo da arrogância fatal de burocratas e planejadores que juram saber exatamente como os indivíduos irão reagir em decorrência de suas intervenções no mercado. Para eles, empreendedores e consumidores padecem do condicionamento clássico do cão de Pavlov: estão sempre prontos a agir estritamente de acordo com estímulos recebidos do governo. Porém, quando o plano dá errado e tudo sai exatamente ao contrário do planejado, em vez de humildemente reconhecerem o erro e reverterem suas intervenções, eles simplesmente dizem, com toda a arrogância, que o que fizeram foi certo mas insuficiente, de modo que mais estímulos se fazem necessários. O atual governo Dilma, o qual reinstituiu a figura do czar da economia -- Guido Mantega é, ao mesmo tempo, Ministro da Fazenda, presidente do Banco Central, ministro do Planejamento e ministro do Desenvolvimento -- já é, sem rivais, o mais intervencionista desde a criação do real. Ela conseguiu a façanha de fazer seu antecessor parecer um moderado.

Explicando a recessão europeia

Explicando a recessão europeia: O economista americano Steve Hanke, considerado uma sumidade em assuntos monetários (foi ele quem acabou com todas as hiperinflações das ex-repúblicas soviéticas no Leste Europeu, da Bósnia e da Argentina), cunhou uma frase da qual todo cidadão comum jamais deveria se esquecer.  Hanke a rotulou de 'regra dos 95%': noventa e cinco por cento de tudo que é escrito sobre economia ou está errado ou é irrelevante. Tal regra é perfeitamente aplicável para as análises feitas sobre o atual estado das economias europeias.  Segundo os especialistas, o problema está na tal 'austeridade', a qual estaria sendo imposta a todo o continente pelos malvados alemães por motivos puramente sádicos, e estaria sacrificando os pobres gregos, espanhóis e portugueses.  Culpar a austeridade é uma postura que gera aplauso fácil porque significa condenar cortes nos sagrados programas assistencialistas europeus, os quais todos os economistas convencionais sonham ver serem adotados universalmente em todos os países do Ocidente -- adoção essa que requereria a supervisão destes economistas, é claro. Muito embora a austeridade europeia esteja sendo feita não por meio exclusivo da redução de gastos, mas sim por uma combinação entre redução de gastos e elevação de impostos -- e, como mostrou Philipp Bagus, os déficits orçamentários continuaram intocados --, ela não é a causa precípua da prolongada recessão do continente. Qual é então o problema?

Sobre a atual inflação de preços no Brasil e o problema da SELIC

Sobre a atual inflação de preços no Brasil e o problema da SELIC: Como atualmente só se fala em tomate, era inevitável tratarmos da crônica inflação de preços por que passa o Brasil. Qual a sua causa? Como resolvê-la? Em episódios passados -- por exemplo, entre outubro de 2010 e setembro de 2011, quando o IPCA acumulado em 12 meses pulou de 5% para 7,31% --, o governo ainda se safava dizendo que a alta inflação de preços era culpa do nosso atordoante crescimento econômico e da nossa mundialmente invejável economia superaquecida, e que tal inflação era um aceitável efeito colateral do inegável fato de que o Brasil estava se transformando em uma potência capaz de fazer a China tremelicar... Agora, no entanto, tal desculpa deixou de surtir o mesmo efeito de antes. Não somos mais capa da The Economist. Afinal, como culpar um PIB de 0,9% por um IPCA de 6,59% (acumulado em 12 meses em março de 2013)? Ainda pior é saber que o INPC, que mensura a inflação de preços para as famílias de baixa renda, está acumulado em 7,22%.

Um pequeno histórico das políticas monetárias do real - e por que estamos em uma sinuca de bico

Um pequeno histórico das políticas monetárias do real - e por que estamos em uma sinuca de bico: Eis aí a nossa sinuca de bico. O endividamento e a inadimplência estão em alta, o que reduz a propensão ao consumo futuro e, consequentemente, restringe novos investimentos. A atual contração do setor industrial, que se expandiu acentuadamente durante os anos de 2010 e 2011, época da farra do crédito, é uma consequência inevitável desta nova realidade. Enquanto estas duas variáveis (endividamento e inadimplência) não forem equacionadas, não há grandes perspectivas para o crescimento econômico. E caso a SELIC mantenha sua trajetória de alta -- o que pode se traduzir em um aumento dos juros do crediário --, o endividamento e a inadimplência podem piorar, afetando ainda mais a economia e a situação financeira dos bancos, das empresas e das indústrias.Tudo isso é uma consequência natural do nosso atual sistema monetário e financeiro, no qual tecnocratas a serviço de políticos populistas -- que só pensam em popularidade e em alguns décimos de PIB -- estimulam os bancos a expandirem o crédito e a patrocinar o consumismo e o endividamento. Isso pode acabar mal.

O brasileiro foi às ruas e gostou - mas continua sem entender nada

O brasileiro foi às ruas e gostou - mas continua sem entender nada: Há desde libertários pedindo redução de impostos, livre concorrência e desregulamentações a grupos comunistas pedindo a estatização geral do transporte público. Há grupos que fecham estradas pedindo a construção de viadutos, a instalação de lombadas eletrônicas e o barateamento do sistema de transportes, e há grupos que fecham avenidas exigindo maiores salários para professores e médicos, e mais recursos direcionados para a saúde e a educação. Há estudantes universitários pedindo mais bolsas e um maior valor para as bolsas, e há professores universitários querendo que seus salários sejam equiparados aos dos professores das universidades de ponta. Há alienados que manifestam apenas pelo prazer de segurar um cartaz e gritar refrões bacanas e há espertalhões que utilizam estes alienados para aumentar o coro em prol de suas reivindicações. A esmagadora maioria clama pelo fim da corrupção e por mais e melhores serviços públicos, o que inclui transporte público, gratuito e de qualidade, o que é equivalente a um círculo triangular. E, até o momento, a vitória tem estado majoritariamente do lado estatista: os governadores do Rio Grande do Sul (Tarso Genro, do PT) e de Goiás (Marconi Perillo, do PSDB) acabam de anunciar o passe livre estudantil, o que significa que os pobres agora pagarão pelo transporte de universitários. Já o senador Renan Calheiros, ávido por melhorar sua reputação perante a esquerda estudantil, foi ainda mais longe e aprovou em regime de urgência a votação da proposta de passe livre estudantil para simplesmente todo o país. Basta o Senado aprovar e a estrovenga estará implementada. O PLS 248/2013 assegura gratuidade no sistema de transporte público coletivo local a estudantes do ensino fundamental, médio ou superior regularmente matriculados e com frequência comprovada em instituição pública ou privada. Antes disso, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado já havia aprovado uma PEC que classifica o transporte como um direito social.

O imposto sobre as grandes fortunas e os baixos salários no Brasil

O imposto sobre as grandes fortunas e os baixos salários no Brasil: Segundo os próprios políticos, este novo imposto arrecadaria R$14 bilhões para a saúde. O curioso é que uma quantia muito maior do que esta pode ser conseguida pela simples reestruturação do Ministério da Educação, que torrou mais de R$51 bilhões de reais em 2012. Outro ministério cuja abolição liberaria uma boa quantia de recursos é o Ministério das Cidades, que esbanjou R$12 bilhões no ano passado. Idiotices como Ministério da Pesca, Ministério da Cultura, Ministério do Turismo, Ministério do Desenvolvimento Agrário (já um existe um Ministério da Agricultura), Ministério da Integração Nacional, Secretaria de Assuntos Estratégicos, Secretaria de Políticas para Mulheres, Secretaria da Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Comunicação Social, Secretaria de Portos, Secretaria de Aviação Civil, Secretaria das Relações Institucionais e Secretaria de Direitos Humanos poderiam ser imediatamente abolidas, e liberariam muito mais do que R$14 bilhões. Veja aqui o total das despesas de cada ministério. O fato é que nunca houve problema de falta de recursos. Um país cujo governo federal arrecada mais de R$930 bilhões por ano não tem o direito de dizer que precisa arrancar mais R$14 bilhões dos cidadãos. O que há é excesso de burocratas e de mordomias. E de incompetência também. Querer tomar ainda mais dinheiro do cidadão para sustentar essa pouca vergonha é um ato, no mínimo, imoral, e seus proponentes não deveriam ser agraciados com o mais mínimo respeito da população. Será que os 90 tributos existentes no Brasil já não bastam para saciar essa gente?

O esfacelamento do real e as perspectivas da economia brasileira

O esfacelamento do real e as perspectivas da economia brasileira: No primeiro semestre de 2003, o dólar chegou a custar R$3,60. A partir dali, o real começou a se valorizar perante o dólar, chegando ao ápice em julho de 2008, quando o dólar valia apenas R$1,56. Houve um ligeiro soluço no final de 2008 e início de 2009 por conta da crise financeira mundial, mas nada que abalasse o fortalecimento do real, que rapidamente voltou a se valorizar continuamente até chegar novamente ao valor de R$1,54 em julho de 2011. Este fenômeno foi totalmente inédito na história do Brasil. Nunca antes havíamos vivenciado um período que conjugasse forte expansão monetária, aumento nominal dos salários e contínua apreciação da moeda nacional. Nem mesmo na primeira fase do Plano Real, de 1994 a 1998, isso ocorreu. Para se ter uma ideia do que isso representou, uma pessoa que ganhava um salário mínimo no início de 2003 -- R$200 -- tinha um poder de compra de aproximadamente US$60. Já uma pessoa que ganhava salário mínimo em meados de 2008 -- R$415 -- passou a ter um poder de compra de aproximadamente US$259. E em meados de 2011, com o salário mínimo a R$545, tal pessoa passou a ter um poder de compra de aproximadamente US$340. Ou seja, em dólares, o poder de compra de um trabalhador que recebe salário mínimo cresceu 332% em 5 anos e 466% em 8 anos. Isso, e apenas isso, já ilustra a importância de se ter uma moeda forte. E você ainda se surpreende que Lula tenha tido recordes de aprovação, principalmente entre os mais pobres? Fernando Henrique Cardoso também usufruiu altos índices de popularidade entre os mais pobres durante seu primeiro mandato, quando o real estava atrelado ao dólar. E foram os mais pobres que o reelegeram em 1998. Novamente, apenas uma consequência natural de se ter uma moeda forte

Como ocorreu a crise financeira americana

Como ocorreu a crise financeira americana: A crise financeira americana -- a qual foi gerada pelo estouro de uma grande bolha imobiliária -- teve características grandiosas e espetaculares simplesmente porque ela apresentou uma combinação de elementos até então inédita na história de qualquer economia mundial. Nem mesmo a colossal crise financeira japonesa do início da década de 1990 -- que também foi gerada pelo estouro de uma bolha imobiliária -- apresentou uma conjunção tão harmoniosa de elementos a ponto de produzir um estrago semelhante.São inúmeros os analistas, comentaristas e, principalmente, acadêmicos que já se aventuraram a dar seus vaticínios sobre a crise financeira americana. No entanto, ausente de todos os comentários está aquele componente indispensável para toda e qualquer análise econômica minimamente séria e sensata: a imparcialidade. E presente em todos os comentários está aquele componente do qual, hoje em dia, ninguém abre mão: a propaganda ideológica. A melhor maneira de se entender corretamente e de modo fácil todas as nuanças da crise financeira americana é fazendo uma narração cronológica e desideologizada dos eventos. Caberá ao leitor, no final, concluir qual dos dois lados tem razão: se aqueles que dizem que tudo foi causado por uma falta de regulamentação ou se aqueles que dizem que tudo foi causado por excesso de intervenção estatal.

A maldição do petróleo continua a atormentar o Brasil

A maldição do petróleo continua a atormentar o Brasil: Propagandeado como a maior área para exploração de petróleo no mundo, o governo brasileiro esperava atrair pelo menos 40 empresas para o leilão do campo de Libra. Quantas realmente se candidataram? Apenas quatro: duas estatais chinesas (CNPC e CNOOC), uma empresa francesa (Total) e a anglo-holandesa Shell. Gigantes do setor, como Chevron, Exxon Mobil, BHP Billiton, Statoil, BP e Repsol não se interessaram. No arranjo adotado, que foi o regime de partilha, o dono do petróleo é o Tesouro. Neste arranjo, o estado fica com uma parcela da produção física em cada campo de petróleo. O consórcio paga um bônus à União e, se encontrar petróleo, será remunerado com uma parcela deste petróleo que seja suficiente para cobrir seus custos e garantir algum ganho. Todo o resto do petróleo ficará para a União (daí o nome de partilha). Além disso, todas as decisões de investimento serão, em última instância, autorizadas ou negadas pela Petrobras, que também usufruirá uma participação mínima obrigatória de 30% entre as empresas componentes do consórcio -- no caso de Libra, ela terá 40%. E a cereja do bolo: o governo obrigará as plataformas a terem um elevado conteúdo de fabricação nacional, um privilégio nacional-desenvolvimentista que servirá para as indústrias aumentarem seus preços e encarecer ainda mais o processo produtivo. Não é nada surpreendente que as grandes e experientes petrolíferas privadas nem sequer tenham se apresentado para participar dessa presepada, deixando a encrenca para as estatais chinesas. O que estamos testemunhando é um agigantamento do estado no setor petrolífero. E isso está sendo vendido ao público como privatização. Realmente, é desesperadora a situação do debate econômico no Brasil.

A maldição do petróleo continua a atormentar o Brasil

A maldição do petróleo continua a atormentar o Brasil: Propagandeado como a maior área para exploração de petróleo no mundo, o governo brasileiro esperava atrair pelo menos 40 empresas para o leilão do campo de Libra. Quantas realmente se candidataram? Apenas quatro: duas estatais chinesas (CNPC e CNOOC), uma empresa francesa (Total) e a anglo-holandesa Shell. Gigantes do setor, como Chevron, Exxon Mobil, BHP Billiton, Statoil, BP e Repsol não se interessaram. No arranjo adotado, que foi o regime de partilha, o dono do petróleo é o Tesouro. Neste arranjo, o estado fica com uma parcela da produção física em cada campo de petróleo. O consórcio paga um bônus à União e, se encontrar petróleo, será remunerado com uma parcela deste petróleo que seja suficiente para cobrir seus custos e garantir algum ganho. Todo o resto do petróleo ficará para a União (daí o nome de partilha). Além disso, todas as decisões de investimento serão, em última instância, autorizadas ou negadas pela Petrobras, que também usufruirá uma participação mínima obrigatória de 30% entre as empresas componentes do consórcio -- no caso de Libra, ela terá 40%. E a cereja do bolo: o governo obrigará as plataformas a terem um elevado conteúdo de fabricação nacional, um privilégio nacional-desenvolvimentista que servirá para as indústrias aumentarem seus preços e encarecer ainda mais o processo produtivo. Não é nada surpreendente que as grandes e experientes petrolíferas privadas nem sequer tenham se apresentado para participar dessa presepada, deixando a encrenca para as estatais chinesas. O que estamos testemunhando é um agigantamento do estado no setor petrolífero. E isso está sendo vendido ao público como privatização. Realmente, é desesperadora a situação do debate econômico no Brasil.

A economia brasileira em 2013 - um resumo de final de ano

A economia brasileira em 2013 - um resumo de final de ano: Desde que assumiram a presidência, Dilma Rousseff e sua equipe econômica declararam abertamente que o Brasil iria adotar uma Nova Matriz Econômica.Esta nova matriz era, na realidade, incrivelmente velha e se baseava em cinco pilares tão sólidos quanto farofa: política fiscal expansionista, juros baixos, crédito subsidiado, câmbio desvalorizado e aumento das tarifas de importação para estimular a indústria nacional. Segundo os proponentes desta nova matriz, a combinação destes cinco elementos garantiria ao país taxas de investimento típicas do leste asiático, crescimento econômico chinês, aumento da renda de fazer inveja aos outros países em desenvolvimento e um setor industrial de robustez alemã.  E, de fato, não se pode acusar o governo de inépcia.  Todas as políticas prometidas foram cumpridas. Os déficits orçamentários foram crescentes (o governo conseguiu a façanha de apresentar déficits primários durante dois meses seguidos), as tarifas de importação atingiram seu maior nível pós-plano real, os subsídios concedidos pelo BNDES alcançaram recordes históricos, a taxa SELIC foi mantida durante seis meses em seu menor valor desde o Plano Real, a desvalorização da taxa de câmbio foi quase tão acentuada quanto a ocorrida durante a crise de 2008, e o endividamento da população chegou a níveis recordes. O que tudo isso gerou?

Alguns detalhes sobre o emprego no Brasil

Alguns detalhes sobre o emprego no Brasil: Imagine uma economia formada por 100 pessoas. Destas 100 pessoas, suponha que 90 tenham algum tipo de ocupação. E suponha também que as 10 pessoas restantes estejam desocupadas, mas estão à procura de uma ocupação. Neste cenário, temos a seguinte situação estatística: A População Economicamente Ativa é de 100 pessoas. A População Ocupada é de 90 pessoas, e a População Desocupada é de 10 pessoas. A taxa de desocupação é de 10%. Agora, suponha que destas 10 pessoas desocupadas, 3 desistam de procurar alguma ocupação. Em termos puramente estatísticos, houve uma alteração importante. O fato de 3 pessoas terem deixado de procurar uma ocupação significa que tais pessoas deixaram de ser economicamente ativas. Consequentemente, o arranjo agora passa a ser outro. A População Economicamente Ativa passa a ser de 97 pessoas. A População Ocupada continua sendo de 90 pessoas. A População Desocupada caiu de 10 para 7 pessoas. E essas 3 pessoas que se retiraram do mercado agora fazem parte da População Não-economicamente Ativa. Consequentemente, há agora uma nova taxa de desocupação: a taxa é de 7 pessoas em um universo de 97. Ou seja, 7,22%. Traduzindo: sem que um único emprego tenha sido criado, a taxa de desocupação -- popularmente chamada de taxa de desemprego -- caiu de 10% para 7,22%. Por que isso é importante? Porque é exatamente isso o que está acontecendo no Brasil. E é o próprio IBGE quem faz esse alerta.

As reais causas da desindustrialização do Brasil

As reais causas da desindustrialização do Brasil: As notícias estão por todos os lados e já são conhecidas por todos: a atividade industrial está em queda há nada menos que quatro trimestres consecutivos. São quatro trimestres consecutivos de retração na atividade industrial. Apenas em junho, houve um tombo na produção de quase 7% em relação a junho de 2013. Para se ter uma ideia, em 12 meses, a quantidade de bens duráveis -- mobiliário, aparelhos eletroeletrônicos, jóias e bijuterias, automóveis novos e usados, motocicleta e outros -- produzidos pela indústria caiu 3,7%. Isso significa que há hoje 3,7% menos bens duráveis produzidos em território nacional e à disposição no mercado do que havia há 12 meses. Uma das consequências desse mergulho da produção industrial é que o pessoal ocupado na indústria recuou 3,1% em relação a junho de 2013. Até o momento, a explicação dada pela imprensa para essa queda da atividade industrial é bastante convencional. Mas está incompleta.

O que houve com a economia brasileira?

O que houve com a economia brasileira?: Como resultado da Nova Matriz Econômica, temos hoje um governo totalmente imprevisível, que não passa nenhuma segurança institucional. Um governo que tem uma política fiscal totalmente frouxa e nada transparente. Um governo que gasta mais do que arrecada, e que tenta maquiar seus déficits por meio de truques contábeis. Um governo explicitamente leniente com a inflação; um governo que acredita que um pouquinho de inflação ajuda a estimular a economia. Um governo cujo Banco Central é totalmente submisso à presidente da república e ao Ministério da Fazenda. Um governo que intervém em contratos no setor de energia, que altera o marco do setor petrolífero, que aparelhou as estatais e loteou cargos para seus apaniguados, e que conseguiu destruir uma estatal que detém o monopólio das principais jazidas de petróleo do país. Um governo que adota políticas de impostos e de tarifas de importação com o intuito de incentivar alguns setores escolhidos segundo critérios políticos e eleitoreiros; que faz microgerenciamentos e que decide as taxas de retorno dos investimentos em infraestrutura. Em suma, um governo que destruiu os fundamentos mais básicos da economia ao criar insegurança, e que se transformou no grande inibidor de investimentos.

O que nos aguarda e o que deve ser feito

O que nos aguarda e o que deve ser feito: Joaquim Levy: ele sabe cortar gastos, mas também sabe elevar impostos Ainda no final de 2002, quando Antonio Palocci estava à procura de quadros qualificados -- leia-se: não ligados ao PT -- para compor sua futura equipe econômica, Joaquim Levy foi recomendado a Palocci por Armínio Fraga. Levy tornou-se Secretário do Tesouro no primeiro mandato de Lula, função essa que hoje é exercida pelo pavoroso Arno Augustin. Se, de um lado, ele se mostrou inflexível a todas as propostas de aumentar os gastos, de outro, ele não teve nenhum problema em aumentar impostos. A alíquota da COFINS subiu de 3% para 7,6% ao passo que a base de cálculo da CSLL foi alargada, o que aumentou a arrecadação. Vista por esse prisma, a indicação de Levy por Dilma realmente não é de todo incoerente. Já circulam pelos bastidores promessas de retorno da CIDE, elevação da alíquota do PIS e da COFINS sobre produtos importados, e aumento da tributação sobre cosméticos. Já se fala também na volta da CPMF (que está sendo articulada por governadores do PT), na tributação de dividendos e na extinção dos juros sobre capital próprio (também projetos de deputados do PT). Ou seja, se o governo realmente decidir fazer um ajuste fiscal, pode preparar seu bolso.

O que nos aguarda e o que deve ser feito

O que nos aguarda e o que deve ser feito: Joaquim Levy: ele sabe cortar gastos, mas também sabe elevar impostos Ainda no final de 2002, quando Antonio Palocci estava à procura de quadros qualificados -- leia-se: não ligados ao PT -- para compor sua futura equipe econômica, Joaquim Levy foi recomendado a Palocci por Armínio Fraga. Levy tornou-se Secretário do Tesouro no primeiro mandato de Lula, função essa que hoje é exercida pelo pavoroso Arno Augustin. Se, de um lado, ele se mostrou inflexível a todas as propostas de aumentar os gastos, de outro, ele não teve nenhum problema em aumentar impostos. A alíquota da COFINS subiu de 3% para 7,6% ao passo que a base de cálculo da CSLL foi alargada, o que aumentou a arrecadação. Vista por esse prisma, a indicação de Levy por Dilma realmente não é de todo incoerente. Já circulam pelos bastidores promessas de retorno da CIDE, elevação da alíquota do PIS e da COFINS sobre produtos importados, e aumento da tributação sobre cosméticos. Já se fala também na volta da CPMF (que está sendo articulada por governadores do PT), na tributação de dividendos e na extinção dos juros sobre capital próprio (também projetos de deputados do PT). Ou seja, se o governo realmente decidir fazer um ajuste fiscal, pode preparar seu bolso.

... E os caminhoneiros pensaram que aquilo seria bom para eles

... E os caminhoneiros pensaram que aquilo seria bom para eles: No caso dos caminhoneiros e das transportadoras, houve um ingrediente especial, quase que irônico: por causa de políticas do governo criadas justamente com o intuito de ajudá-los, hoje eles estão em situação delicada. Seus custos dispararam, mas suas receitas diminuíram. Para entender o que houve, veja esse trecho revelador dessa reportagem (negrito meu): Segundo a Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC), a redução do valor pago pelo frete entre a safra 2013/14 e a safra 2014/15 foi de aproximadamente 25%. O diretor executivo a ATC, Miguel Mendes, cita exemplos de preços de frete reduzidos de municípios do Médio-norte de Mato Grosso até o porto de Santos (SP). Partindo de Sorriso, o frete passou de R$ 315 em 2014 para R$ 235 em 2015; de Lucas do Rio Verde, passou de R$ 300 em 2014 para R$ 220 em 2015. Mendes afirma que o maior número de caminhões disponíveis para o frete foi o principal fator responsável pela queda no preço da atividade, já que muitos empresários e motoristas autônomos conseguiram adquirir seu veículo de carga pelo financiamento do BNDES.

Uma radiografia da destruição do real - ou: não há economia forte com uma moeda doente

Uma radiografia da destruição do real - ou: não há economia forte com uma moeda doente: Os americanos estão rindo à toa. E às nossas custas. Tanto o café da manhã quanto o churrasco deles ficaram bem mais baratos. Do pão ao café, passando pelo bacon e pela carne de boi, tudo barateou para eles. Quem foi o responsável por isso? Nós brasileiros. E, como consequência dessa nossa gentileza, esses mesmos alimentos ficaram bem mais caros para nós. Com o esfacelamento do real perante todas as moedas do mundo -- e ainda mais intensamente perante o dólar --, a aquisição de milho, café, soja, açúcar, laranja e carne do Brasil ficou muito mais barata para os americanos e estrangeiros em geral. Consequentemente, os produtores brasileiros dessas commodities passaram a vendê-las em maior quantidade para o mercado externo, gerando uma diminuição da sua oferta no mercado interno e um aumento dos seus preços. Fartura para os estrangeiros, carestia para nós.

Por quem os juros dobram - e o que pode ser feito pela economia brasileira

Por quem os juros dobram - e o que pode ser feito pela economia brasileira: Sejamos sinceros: com nossas universidades loteadas por professores keynesianos, e com um empresariado de mentalidade protecionista e afeita a subsídios, era inevitável que, cedo ou tarde, esse experimento conhecido como Nova Matriz Econômica fosse implantado no país. A demanda por esse conjunto de políticas keynesianas é antiga. Mesmo quando, no período 2005-2008, o crescimento da economia brasileira era elevado, a inflação de preços era declinante, o desemprego diminuía e a classe média aumentava rapidamente, os clamores por uma guinada mais radical à heterodoxia ainda eram uma constante. E o argumento -- o mesmo de sempre -- era o de que o país iria crescer muito mais caso o governo adotasse uma política fiscal mais expansionista e uma política monetária mais frouxa, utilizasse os bancos estatais para expandir o crédito, desvalorizasse o câmbio e aumentasse as tarifas de importação para estimular a indústria nacional. Durante o auge desse experimento, em que o capitalismo de estado foi elevado ao paroxismo, não foram poucos aqueles que vaticinaram que tal arranjo havia vencido e havia melhorado a vida do pobre

O trágico legado da 'Nova Matriz Econômica' - um resumo cronológico

O trágico legado da 'Nova Matriz Econômica' - um resumo cronológico: O dólar, que estava em R$ 1,65 no início do governo Dilma, chega a R$ 3,60 em meados de agosto de 2015. A moeda brasileira derrete. Com a carestia em alta, a renda real em queda e o endividamento recorde da população, as vendas no varejo despencam, as vendas de automóveis desabam, a indústria encolhe (e já vem encolhendo há 4 anos, não obstante todo o protecionismo) e o desemprego aumenta. As famílias endividadas -- consequência inevitável de uma política de estímulo ao consumo -- têm dificuldade para quitar as parcelas de suas dívidas. A inadimplência bate recorde. Com renda em queda e custo de vida em alta, a classe média vai atrás de bicos para tentar fechar as contas. E pode encolher este ano. Empresários se dizem pessimistas e sem intenção de investir. Os investimentos apresentam a pior contração trimestral desde 1996. Já a confiança do consumidor é a pior em 13 anos.Com previsões de que a economia encolherá mais de 2% em 2015 e 0,3% em 2016, e de que a inflação de preços fechará o ano perto de 9,3%, o cenário econômico é pior do que uma estagflação: temos desemprego em alta, preços em alta, e renda em queda. E tudo isso aditivado pela desvalorização cambial.

O descalabro gerado pelo governo na economia brasileira - em 25 gráficos

O descalabro gerado pelo governo na economia brasileira - em 25 gráficos: À exceção da Argentina, da Venezuela e dos países que adotaram o comunismo, é difícil encontrar um país cujo governo seja tão propenso a destruir a economia como o Brasil. Poucos países vivenciam, de forma tão explícita e tão rotineira quanto o Brasil, as consequências das intervenções estatais em suas economias. Um governo excepcionalmente bom (se é que isso é possível) pode apenas não atrapalhar a economia. Já um governo incrivelmente ruim não apenas pode esfacelar uma economia até então estável, como também pode exacerbar de maneira inacreditável um cenário econômico já complicado. E, no quesito ruindade, o governo brasileiro tem se revelado de uma competência ímpar. Todas as políticas da Nova Matriz Econômica já foram detalhadas em ordem cronológica neste artigo, de modo que elas não serão novamente abordadas aqui. O objetivo único deste texto é mostrar, por meio de gráficos, o descalabro que este experimento heterodoxo e ultrakeynesiano nos legou.

Governos de esquerda que adotam reformas liberais - ou: há alguma esperança com Nelson Barbosa?

Governos de esquerda que adotam reformas liberais - ou: há alguma esperança com Nelson Barbosa?: Aquele cenário favorável que Lula usufruiu quando abandonou a ortodoxia e adotou políticas mais populistas -- um dólar mundialmente fraco, o qual permitia que expansões do crédito e aumento de gastos não se traduzissem imediatamente em inflação de preços -- não mais está presente. No atual cenário de dólar mundialmente forte, o espaço para aventuras populistas do atual governo Dilma é praticamente mínimo: qualquer medida heterodoxa e populista adotada irá imediatamente se traduzir em desvalorização do real perante o dólar, aumento da inflação de preços e aumento dos juros exigidos pelos investidores para financiar os títulos de longo prazo. A situação é agravada pelo fato de que o atual governo não usufrui mais nenhuma confiança ou prestígio perante os mercados mundiais -- ao contrário do governo Lula, que, após seguir políticas econômicas ortodoxas de 2003 a 2008, ainda tinha grade prestígio e era visto como responsável e confiável quando reverteu sua postura em 2009.