sexta-feira, 17 de março de 2017
O que explica a pobreza em uma economia formada por pessoas laboriosas?
O que explica a pobreza em uma economia formada por pessoas laboriosas?: A esmagadora maioria das pessoas no Haiti pratica apenas atividades comerciais cotidianas. Elas vivem apenas para o dia de hoje, elas comercializam apenas para o dia de hoje, elas planejam apenas para o dia de hoje. O horizonte temporal delas é necessariamente curto, e a estrutura econômica do país é um reflexo disso. É por essa razão que todo o trabalho duro, todo o comércio e toda aquela ocupação que existe no Haiti não se transmutam em riqueza genuína. A sensação é a de estar pedalando uma bicicleta estática. Você trabalha duro e se torna cada vez melhor naquilo que faz, porém você na verdade não está indo a lugar nenhum; sua vida não está melhorando. Isso é interessante porque qualquer um pode facilmente se deixar enganar ao olhar para o Haiti e ver todas aquelas pessoas trabalhando e produzindo loucamente, mas aparentemente sem estarem progredindo. Sem uma correta compreensão da teoria econômica, é praticamente impossível entender a situação. Onde está a riqueza do Haiti? Afinal, há um grau extremamente elevado de comércio, há muitas pessoas trabalhando e fazendo vários tipos de coisa, há uma vasta gama de trocas e transações comerciais, e o dinheiro muda de mão frequentemente. Com tudo isso, por que o lugar permanece desesperadoramente pobre? Se os economistas estão corretos ao dizer que o comércio é o caminho para a riqueza -- e há um amplo comércio no Haiti --, por que a riqueza não surge? O Haiti é um exemplo interessante de uma maneira peculiar de como o governo está impedindo a prosperidade. O governo não está destruindo o país diretamente por meio de uma intensa aplicação de tributos, regulamentações ou estatizações. É até possível crer que a maioria dos haitianos realmente nunca ficou cara a cara com um burocrata do governo e nunca teve de lidar com papelada ou burocracias. O estado ataca apenas quando há algo a ser espoliado. E roubar é algo que ele faz: previsivelmente e consistentemente. E apenas isso já é o suficiente para impedir qualquer acumulação de capital, garantindo assim um permanente estado de pobreza.
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