terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Em que ponto do ciclo econômico está a economia brasileira?

Em que ponto do ciclo econômico está a economia brasileira?: A economia brasileira está claramente em desequilíbrio. A elevação dos preços vem causando vários desajustes setoriais e dificultando a situação fiscal de várias empresas. E isso ocorre porque um dos principais efeitos da inflação (tanto a monetária quanto a de preços) é solapar a formação de capital das empresas. A inflação faz com que a carga tributária efetiva de uma empresa seja muito maior. Por exemplo, imagine que uma empresa apresente uma taxa de lucro de 10%. Imagine também que os preços de todos os seus ativos que ela precisa constantemente repor subam 8%. Nesse cenário, a empresa ainda conseguiria pagar por todos os seus ativos de reposição e ficar com uma taxa de lucro de 2%. Entretanto, o imposto de renda de pessoa jurídica incide justamente sobre o lucro, a uma taxa que pode chegar a 25%. Caso seja esta a alíquota, ao invés de um lucro de 10%, empresa ficará com um lucro líquido de apenas 7,5%, ao passo que ela precisa de 8% para pagar seus ativos de reposição. Logo, a empresa não conseguirá nem manter seu estoque de capital, muito menos acumular capital. Daí a importância suprema de se evitar a inflação de preços (bem como de se abolir o IRPJ). E a atual redução e/ou estabilização dos meios fiduciários é algo que vai nesse caminho e, por isso, deve ser comemorado. Outra consequência bastante visível da inflação é a insurreição de movimentos grevistas que exigem reposições salariais. Os funcionários dos Correios ameaçam cruzar os braços em troca de aumentos. Vários canteiros de obras pelo país afora estão enfrentando piquetes de movimentos sindicais que exigem altos reajustes para operários. Funcionários públicos de todas as áreas querem aumentos. No final, quem sai perdendo é o trabalhador comum, pois é o dinheiro dele que cobrirá todas essas exigências. E há o protecionismo. Com a inflação em alta e o dólar barato, as importações se tornam atraentes. Consequentemente, o governo sai criando várias restrições para proteger a indústria nacional. A última foi um aumento de singelos 30 pontos percentuais no IPI sobre veículos importados, que agora terão taxas de até 55%. Curiosamente, a legislação não permite discriminar produto importado de nacional para a incidência de IPI. Notas-se a influência política descomunal das montadoras. E depois vão reclamar dos altos preços dos carros nacionais... E há também a bolha imobiliária. Sua duração e os preços tanto dos imóveis quanto dos recursos empregados em sua construção mostram que está havendo um consumo excessivo de bens escassos, bens que poderiam e deveriam estar sendo utilizados mais proficuamente em outros setores da economia, mas que não estão justamente porque o dinheiro criado está indo majoritariamente para o setor imobiliário, dando-lhe vantagens na aquisição destes recursos. Por tudo isso, é realmente imperativo acabar com a inflação monetária.

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