quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Sobre o PIB brasileiro, o baixo desemprego e outras questões econômicas

Sobre o PIB brasileiro, o baixo desemprego e outras questões econômicas: Com um certo atraso, vale a pena fazermos algumas considerações sobre o PIB brasileiro de 2010, o qual cresceu 7,5%. A imprensa, como era de se esperar, noticiou que o PIB é o total de riquezas produzidas pelo país -- ou alguma variância dessa frase. Caso o PIB realmente mensurasse o total de riquezas produzidas no país, então qualquer aumento percentual deveria ser fortemente comemorado. Mas o fato é que o PIB, ao menos da maneira como é calculado, não mensura o total de riquezas produzidas pelo país. Logo, quando se diz que o PIB aumentou 7,5% de um ano para o outro, não se pode dizer que a riqueza do país aumentou 7,5% nesse período. A equação do PIB mede apenas o valor monetário de todos os bens e serviços finais que foram comprados e vendidos dentro das fronteiras do Brasil em um dado ano. Ou seja, o PIB é apenas um cálculo de todas as transações monetárias envolvendo bens e serviços finais. Ele é utilizado para mensurar o gasto agregado da economia. O PIB não mensura um aumento na produção de bens e serviços, tampouco um aumento genuíno da riqueza, mas sim o valor monetário (ou seja, preços) de tais bens e serviços. Quanto mais se gasta em bens e serviços -- isto é, quanto maior o volume de gastos --, maior será o PIB. E o que significa isso? Significa que o PIB é uma equação que depende primordialmente da inflação monetária -- isto é, do aumento da quantidade de dinheiro na economia. O valor do PIB aumenta de acordo com essa inflação. O que nos leva a uma importante conclusão: se, de um ano para o outro, o volume de dinheiro na economia aumentar, e isso levar a um aumento no volume de gastos, mas, por algum motivo, os preços aumentarem pouco (o que significa que o deflator será baixo), então haverá um significativo aumento no PIB. Ou seja, por algum tempo, é perfeitamente possível fazer a economia crescer utilizando simplesmente o artifício da injeção monetária. Caso o aumento dos preços seja pequeno, o deflator será baixo, e consequentemente o crescimento será expressivo.

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