terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Explicando a recessão europeia

Explicando a recessão europeia: O economista americano Steve Hanke, considerado uma sumidade em assuntos monetários (foi ele quem acabou com todas as hiperinflações das ex-repúblicas soviéticas no Leste Europeu, da Bósnia e da Argentina), cunhou uma frase da qual todo cidadão comum jamais deveria se esquecer.  Hanke a rotulou de 'regra dos 95%': noventa e cinco por cento de tudo que é escrito sobre economia ou está errado ou é irrelevante. Tal regra é perfeitamente aplicável para as análises feitas sobre o atual estado das economias europeias.  Segundo os especialistas, o problema está na tal 'austeridade', a qual estaria sendo imposta a todo o continente pelos malvados alemães por motivos puramente sádicos, e estaria sacrificando os pobres gregos, espanhóis e portugueses.  Culpar a austeridade é uma postura que gera aplauso fácil porque significa condenar cortes nos sagrados programas assistencialistas europeus, os quais todos os economistas convencionais sonham ver serem adotados universalmente em todos os países do Ocidente -- adoção essa que requereria a supervisão destes economistas, é claro. Muito embora a austeridade europeia esteja sendo feita não por meio exclusivo da redução de gastos, mas sim por uma combinação entre redução de gastos e elevação de impostos -- e, como mostrou Philipp Bagus, os déficits orçamentários continuaram intocados --, ela não é a causa precípua da prolongada recessão do continente. Qual é então o problema?

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